quinta-feira, 10 de abril de 2008

Não sei

Não sei
Não sei dos teus silêncios
Nem do som dos desencontros,
Não sei dos teus caminhos
Nem dos teus esconderijos,
Não entendo as tuas vozes,
Não percebo os burburinhos,
Não sei ler a distância
Nem consigo ter-te aqui,
Não sei dos teus olhares,
Nem sei conter a ânsia
Por tudo o que não senti...
Não sei o que não sei,
De tão grande o não saber,
Só sei dos meus segredos
Guardados entre medos
De nada saber de ti.
Dizias
Dizias que eu tinha asas
E eu voava como um pássaro
Quando o céu era só nosso
E o resto de tudo também
Dizias que eu era tua
E juntos rasgávamos o vento
Quando o céu era só nosso
E o resto de tudo também
Mas agora, meu amor
O céu já não nos pertence
O vento rasga-nos por dentro
E o resto de tudo já não é de ninguém...
Porquê
Se já dissemos tudo
Porque me sobram palavras?
Se já vivemos tudo
Porque me restam sonhos?
Se já amámos tudo
Porque me doem as asas?...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Foi um sonho ?

Maria deitada na cama, olhou para o relógio, eram três da manha ela tinha os phones postos de onde saia aquela musica doce e suave. Maria na escuridão do quarto olhava para cima, supostamente onde estaria o tecto branco que naquele momento estava negro, a única luz que se podia alcançar era da lua, aquela que estivesse noite chuvosa ou maravilhosa estava sempre lá. A luz da lua iluminava uma pequena parte do quartinho onde Maria no meio dos seus lençóis e aconchegada no edredon pestanejava tão frequentemente que quase adormecera. Ao longe Maria avistava o sol a pôr-se, não era assim tão longe, porque ali sentada ao lado dele, o longe tornava-se perto, o frio que fazia Maria bater os dentes tornava-se em no calor de uma bela tarde de verão, as poucas pessoas que passavam descontraídas nem se apercebiam de Maria e João. Eram testemunhas da paixão que os envolvia naquele pedacinho de areia, que para eles era o centro do mundo ou melhor para eles era o mundo era apenas aquilo, somente a brisa do mar a bater-lhes no rosto, os beijos e o momento interessavam, para Maria ele era o seu mundo.
Maria não acreditava nas mais lindas promessas de amor que João ao olhar-lhe nos olhos dizia, ela no fundo acho que acreditava, parecia que as palavras flutuavam e entravam directamente dos ouvidos ao coração, ela tinha de conte-lo para ele não sair disparado pela boca então empenhava-se nos beijos calorosos assim o seu saltitante coração já não sairia, podendo continuar a bater por João. Maria só faltava chorar de emoção, a perfeição do momento, as palavras intensas ditas ao ouvido, João estava a portar-se a altura e um verdadeiro príncipe e Maria claro não queria em momento algum decepcionar o seu príncipe e acompanhava tudo ao menor pormenor.
O sol tinha se ido por completo, estava escuro, Maria fechou os olhos e sentiu um frio tão grande que muito rapidamente abriu os olhos e … Era um sonho.
Maria voltou a fechar os olhos e duas lágrimas salgadas caíram sobre o seu rosto, ela deitada na cama sentiu algo na sua mão, que estava tão fechada que parecia guardar a pedra mais preciosa do mundo, abriu-a e eram grãos de areia. Maria muito espantada pensou :
- Isto foi mesmo um sonho?
De repente o seu coração bateu tão forte, que Maria em pé ao lado da cama de mão fechada, abriu-a e deixou cair os grãozinhos de areia sobre o tapete do quarto e disse :
- Sim foi um sonho!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O poder do amor

Como as tuas simples palavras , que de ti saem sem qualquer esforço
têm a força de formar um sorriso de fazer renascer a alegria .
Tens o total poder, poder esse que irrita e não o desejo,
poder que por teu mau estado me deixa péssima,
poder que comanda ,apesar de odiar, comanda a vida!
Há alturas que te ignoro, finjo que me passas ao lado,
luto para não venceres sobre mim e achas que consigo?
È preciso muito esforço acredita, não quero que tenhas o que tens.
Quero sim poder ter sempre as tuas palavras para me confortar,
quero ter motivos para sorrir e
confesso desejo ter te na minha vida para sempre!
Sabes que mais , se tento e não consigo ignorar-te,
se luto e não consigo e porque tens um poder sobre mim,
o poder do amor .
Detesto o amor, mas amo-te amar-te !

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Um dia ...

Ninguem parece ouvir-me quando falo
Mesmo que eu fale com a minha boca
Colada aos olhos que me cercam.
Sao todos surdos?
Sera que a minha conversa é desinteressante?
Mas o meu rosto é redondo
o meu cabelo ondulado
tenho um aspecto agradavel e até no meu decote
desponta uma angulação quase perfeita.
Não basta?
O que me falta para me ouvirem?
Um dia disseram-me:
- Tu andas no lado errado da rua!
Um dia com calma, eu vou mudar de passeio.

Gabriela Moura

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

2008